Provérbio português, “O que é barato, sai caro, e o que é bom, custa dinheiro.”
Velho e rotineiro ditado popular dentro das empresas.
Até que ponto minimizar estrutura básica dentro das empresas é vantajoso?
Em se tratando de gestão de processos e operações logísticas, um simples giro na área operacional e uma rápida conversa com os colaboradores, surgem brilhantes ideias que na maioria das vezes a alta hierarquia não da à importância necessária a situação e o barato sai caro, ou seja, o baixo investimento que não é feito na operação sistêmica somada a toda operação, lá na ponta da cadeia logística, chegando ao cliente final esse não investimento reflete em gargalos e retrabalhos desnecessários e, em muitas vezes se gera a necessidade de fluxo reverso de pós-venda.
Grande e clássica situação vivenciada pela fábrica do creme dental Colgate na planta de Valinhos, reflete muito bem a importância de se ouvir o colaborador atuante em cada setor do sistema produtivo ou mesmo administrativo. Na situação, a Colgate sofria problemas de injeção de creme dental nas embalagens, as mesmas seguiam o processo produtivo até o ponto de chegar às prateleiras do supermercado, logicamente apenas a embalagem sem o produto. Isso coube direito do consumidor e propriamente, para sanar o problema, se contratou dois engenheiros que em três meses investiram oito milhões de reais numa esteira mecânica com balança ultrassensível para identificação do tubo de creme dental que passava vazio pelo processo de injeção. Processo interessante e solucionador, sim! por outro lado, depois de uma auditoria interna, descobriram que a esteira estava desligada há alguns meses e a empresa não estava mais tendo problemas com o consumidor. Desta forma, abordaram o líder de operação, onde o mesmo relatou que desligaram o equipamento de forma proposital e resolveram o problema do ”jeito deles“, ou seja, fazendo a famosa “vaquinha”, juntaram oitenta reais entre eles, compraram um ventilador e quando a caixinha do creme dental passava vazio o vento retirava a embalagem do fluxo produtivo.
Até que ponto a reciprocidade, compartilhamento e crescimento em times colaborativos elevam o emocional dos trabalhadores e criam uma base sólida de infraestrutura de trabalho para otimização de trabalho. Seja na vida, seja no mundo corporativo, tudo parte da premissa de um projeto, definições de processos para ai sim se poder mensurar a operação e consequêntemente trabalhar a gestão de toda essa operação.
O barato sai caro na minimização de gastos para investimento em estruturas simples de trabalho, ou seja, vemos isso claramente em empresas que buscam atuar com a simples ferramenta de 5S, afinal não existe qualidade sem investimento estrutural. Observamos isso em sistemas produtivos com equipamentos precários, observamos isso em logística e operação principalmente em sistemas de armazenagem e propriamente transporte, nos departamentos em geral, por falta de investimentos em softwares entre outras ferramentas solucionadoras e viabilizadoras de atividades cotidianas e, sim, o mais dificultosa e polemico caso, falta de estrutura humana, ou seja, empresas que não investem no seu time colaborativo com capacitações e treinamentos. O barato por falta de investimento em intelecto, sai caro em sua carreira profissional!
Quando o barato sai caro para o empresário sai caro para o funcionário, seja em motivação seja em infraestrutura, para o empresário, o investimento custa dinheiro, porém com o pensamento holístico, com um bom projeto, bom processo, boa execução e gestão, o investimento sai barato!
Por Renato Binoto*
*RENATO BINOTO é Tecnólogo em Logística pela FATEC Jaú, Mestre em Engenharia Urbana e Transportes pela Universidade Federal de São Carlos UFSCar, Possui treinamento de Práticas de Projetos alinhadas ao PMI pelo SENAC, Gerenciamento Ágil de Projetos pela USP São Carlos e atualmente esta cursando MBA de Gestão de Custo pelo IBEC- Instituto Brasileiro de Engenharia e Custos de Campinas.